Coluna do Eduardo Torres: derrota para reflexões

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Imagem: Rede Esportiva

O Brasil perdeu por 4×0 para o Caxias, no Centenário, neste final de semana, na Serra Gaúcha. Perder para o Caxias, fora de casa e com o adversário bastante pressionado é completamente normal. Anormal é tomar 4 e ser completamente dominado e apenas olhar o adversário jogar pelos 90 minutos da partida.

Relembro aqui o que venho dizendo desde a pré-temporada, quando muita gente “pintava” o Brasil como um time bem melhor do que realmente o é: 1) Amistoso é diferente de jogo valendo. Olhem o Brasil, que sobrou na pré-temporada e teve começo de Gauchão interessante. Pegou o Caxias, que não fez gol no período preparatório, que vinha bastante pressionado – com seu técnico ameaçado de perder o cargo – e hoje é o vice-líder. No encontro dos dois, aconteceu o que já sabemos. 2) Entendo a euforia da torcida e de outras pessoas que vinham colocando o Brasil em patamar superior, porém, sempre ressaltei aqui nesse espaço, na Dez FM e no @eduardootorres no twitter, que o campeonato é MUITO parelho, com equipes muito parecidas, com nível de investimento parecido, e que seria muito improvável falar que o Brasil poderia ser o futuro campeão do interior em 3 rodadas do certame. Calma.

Acho Jerson Testoni um excelente técnico, mas ele fez leitura totalmente equivocada do que esperar na partida de ontem. Achar que enfrentar o Caxias, nas condições propostas no confronto, de maneira igual – ou parecida – que enfrentara o Guarany na Baixada foi um erro. Talvez, fosse mais prudente voltar ao formato tático das primeiras rodadas, com o losango no meio-campo e com Karl e a dobra de laterais pelo lado esquerdo. Haveria melhor preenchimento de espaços, e o Brasil não seria tão apático ao ponto de ser totalmenet dominado pelo sistema intenso de marcação proposto por Rogério Zimmermann. Aliás, RZ foi destaque do jogo. Tivemos os melhores momentos de Rogério na tarde de ontem, mas desta vez, à serviço do Caxias: marcação forte no meio-campo, intensidade, saídas rápidas, alternância de lados nas descidas… a superioridade foi tão grande, que o ofensivismo, que nunca foi o ponto alto de seus times, apareceu com sobras.

Não creio que alguém em sã consciencia possa achar que após uma derrota dessas esteja tudo errado. Se você, estimado leitor acha isso, alerto: não está, não. Aliás, está bem longe. Como também estava bem longe aquele hipotético time que muitos falavam em estar em outro patamar, comparado aos adversários. Hoje, na rua João Pessoa, podemos ver um time muito bem ajustado, que compete bastante, e que com o forte jogo coletivo faz as insuficências técnicas não ficarem tão visívieis. É um time/grupo do nível da maioria que disputa o certame. Pode ser campeão do estado? Pode, mas acho díficil. Campeão do interior? Pode. Rebaixado? Não acredito, mas pode também. É tudo muito parecido. A diferença, no final, vai ser ver quem terá mais “café no bule” e quem conseguir deixar a corda esticada mais tempo possível. Os dois próximos jogos são plenamente vencíveis, e se os 100% forem alcançados, deixam o Brasil em condição confortável, porém, lembro, mais uma vez, que “o seguro morreu de velho”. Não há espaço para erros e a atenção tem de ser total. Todo detalhe é importante e fará muita diferença.

MERECE PALPITE
Pelo Cariocão, o Botafogo recebe o Nova Iguaçu. Como a vitória do Fogão – o que é provável – tem odd relativamente baixa na KTO.com(1.35), a dica é apostar no número de gols: apostar em mais de 2.5 gols tem excelente odd de 2.00.


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